segunda-feira, 23 de maio de 2011

POEMA DE AMANHÃ


Brindo hoje aos afazeres da aurora
Alvi-claro, feito um cálice d'água limpa
Enquanto que, para os ditames de outrora
Restam apenas boca muda, lama e cinzas.

Brindo sim! A esta manhã que vem e brilha
Saúdo a estes loucos, que perambulam fantasias
Enquanto que, ao ébrio, amanhecido da orgia
Unicamente um afagar de dores, ao despertar das avarias.

Brindo e bebo. Mas não contigo, em tua bica
Prefiro beber com tais infames, que em tua sóbria companhia
Pois eu prefiro pronunciar em nome da loucura
Que calar-me em nome da preguiça.

Brindo hoje ao dia de amanhã
Que vem pr'aquele que se arrisca
Este dia que é belo, mas não se sabe
Pois, ainda não cessou-se a noite fria.

Porque meu cântico, um poema de amanhã
Só se completa com o raiar de mais um novo dia.


Leonardo Teixeira

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