quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SONETO DAS MULHERES


Mulheres...
Há muito tempo desejo escrevê-las
Suas peles, seus cheiros, seus olhares...
São como ferro e fogo,
um é molde e o outro se forja novo.

Em cada momento...
Um frágil e estranho jeito
de me encantarem.
Poder dizê-las...
É mais que belo, é sempre tenro
e quase eterno.

E quando me embriagam,
fico extasiado com seus cheiros,
com seus sorrisos, seus cabelos...
Hipnotizam-me, tiram-me o fôlego
E quando tento ser poético...
Eu as encontro e enlouqueço de novo.



  


LEONARDO TEIXEIRA
05/01/07

domingo, 26 de setembro de 2010

POETAS OU PROFETAS?


Poetas são amantes
Muito fáceis de se apaixonar
Poetizam a vida e versam
sobre o ridículo de cada dia.

São volúveis, metamórficos
São colóides, alcalóides
Fluem e brotam!
Em sua constante busca
pelo significado do ser.

Os profetas são sábios,
São suicidas, são missionários
E sangram-se em desejos
de entender a vida!
Perambulam e adormecem
em sua torpe rotina.

Profetas buscam no mundo,
compreender o criador
e toda a sua obra ser.

Já os poetas,
desejam apenas viver
E, em meio a todos ou
diante à incerteza dos fatos,
preferem enlouquecer
e unicamente sentir.




  

LEONARDO TEIXEIRA
28/12/06

Literatura de Cordel - uma visão lúdica e irreverente do nordeste brasileiro

A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, depois impressa em folhetos rústicos ilustrados com xilogravuras. Normalmente são expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome.
Com raízes de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes, o hábito desembarcou no Brasil. Por aqui, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, em especial dos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Esse estilo literário tem o alfaiate paraibano Severino de Andrade Silva, nascido em Itabaiana em 1904 e falecido em 1965, como um de seus grandes expoentes e divulgadores. Zé da Luz (como assinava seus folhetos) que, apesar de ter vivido e falecido no RJ, nunca esqueceu suas origens nordestinas de homem criado no agreste paraibano. Escreveu sobre temas variados sendo, por vezes, trágico outras bem humorado ou safado. 
Um de seus principais folhetos intitula-se "AI! SE SÊSSE!..." e, segundo dizem, foi escrito para provocar aqueles que, contra a cultura popular, defendiam o uso do português-de-salão para expressar o sentimento dos poetas.
Então, sem mais delongas...

    
AI! SE SÊSSE!...
(Zé da Luz)

Se um dia nós se gostasse; 
Se um dia nós se queresse; 
Se nós dos se impariásse, 
Se juntinho nós dois vivesse! 
Se juntinho nós dois morasse 
Se juntinho nós dois drumisse; 
Se juntinho nós dois morresse! 
Se pro céu nós assubisse? 
Mas porém, se acontecesse 
qui São Pêdo não abrisse 
as portas do céu e fosse, 
te dizê quarqué toulíce? 
E se eu me arriminasse 
e tu cum insistisse, 
prá qui eu me arrezorvesse 
e a minha faca puxasse, 
e o buxo do céu furasse?... 
Tarvez qui nós dois ficasse 
tarvez qui nós dois caísse 
e o céu furado arriasse 
e as virge tôdas fugisse!!! 



sábado, 25 de setembro de 2010

A Carta do Cacique Seattle, em 1855



Cacique Seattle
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:

    "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
    Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
    Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
    Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

Ciclo Físico-químico de Vida

Pretendo, um dia, poder tornar-me inorgânico
Decompor-me até o estado primordial de minha matéria
Findar-me em apenas um átomo Carbono
E ser ciclo, ser simples, virar composto...

Porém, não irei acabar de todo inerte
Serei renovado, lixiviado
Deixarei que outros átomos
comigo se agreguem...
E então, seremos molécula
um complexo inorgânico da matéria.

Mas, por enquanto,
é o estado orgânico quem me satisfaz,
quem me torna vivaz.
Este estado intranqüilo,
que me faz sentir vivo
e, novamente, ser ciclo
e estar (ciclar)...

Este fluxo pulsante
Que me permite,
como no movimento
ascendente das massas de ar,
minha consciência planetária enlevar.
Algo como apenas ser, sentir
e sincronizar...

E eu serei viver, eu serei mudar
Voarei fluido turbulento
Permanecerei sempre flutuante,
vivendo as vibrações constantes
Seguindo em direção a este precipício eterno
em que culminam tais ciclos viventes.

E enfim, morrerei vida. Definharei nutriente...






Leonardo Teixeira
11/08/2006

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