sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PROTESTO AMBULANTE

Eu sou o protesto ambulante
Molambo, farrapo fétido
Subproduto da sociedade.

Eu sou sua indigestão
Sou eu o parasita
Que consome suas vísceras.

Eu apenas vomito minhas atitudes
E te invejo com gula
Unicamente pelo bel desfrute.

Eu sou o teu futuro morto
Sou o reflexo deste ou daquele medo
E me banho sempre de desgosto.

Eu sou descendente de um aborto
Filho da maldade e do desespero
Sou nada mais que um mero erro.

Sou vivo-morto,
Um zumbi perdido na escuridão
E eu sempre me encontro comigo
Em meio à multidão.

Eu sou o remanescente grito rebelde
Despejado sobre surdos
Atolados numa vida de decepção.

Hoje não sou ninguém
Mas ontem...
Todos foram meu eu.

Eu sou meu débil ego
No infinito dilacerado
Eu e minhas idéias...
À sangue frio guilhotinados.

E vou gritando nu, em pele e osso,
E minha carne sangra
A minha alma, ínfima,
Em suplícios se derrama.

Agora ouçam-me
Seus vermes, pseudo-cerebelos
Pois eu ilustro suas facetas
Suas glórias e pesadelos.

Porque eu vou cegá-los
Com minha angústia e ira
E em suas mentes, à pena crua,
Meus versos eternizar.

E nesse dia, talvez,
Nenhum de vós há de acreditar-me
Todavia me verão
O podre ser Humanidade.

(E não morrerei sem ter tentado!!!).







LEONARDO TEIXEIRA
05/10/2010

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